quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Primeiras faces do monumento

Acho que ninguém esperava essa.
Afinal, qual não foi minha surpresa ao abrir o email do Hipóbole e encontrar textos para serem postados hoje. E que surpresa agradável, devo admitir! Decidi até escrever essas poucas linhas de introdução à coluna para exprimir minha alegria e agradecer a Kendo por ter reforçado o ponto com o texto de ontem.

Mas além do texto principal, recebemos também algumas linhas do Felipe Areias, que não cabem num post isolado, mas merecem menção:
"Aposto que meu texto vai ser utilizado porque nem um blog alternativo (ainda mais um com pouco mais de uma semana de vida) conseguiria criar uma boa concorrência de textos... A não ser que o blog inclua fotos pornográficas em seus posts.
Como ainda não achei o tal conteúdo pornográfico, fica aqui o texto pequeno que todo blog de precisa para chamar de modernista."


Se não encontraste nenhum conteúdo pornográfico, Felipe, recomendo que leias novamente o texto do Marco do domingo passado. Sobre fotos, acho que podes encontrá-las sozinho, em outro lugar.

Finalmente, devo gratidão ao nosso colunista convidado, Lucas Cassol Gonçalves, cujo texto, Laranjas, inaugura a coluna a seguir.

Laranjas

Como procrastinar tamanha indiferença observando a imbecilidade em meio a nebulosos tormentos coadjuvantes que nos rodeiam neste império babilônico?
Acreditaram “eles” que todos ficariam submersos neste lamaçal inconseqüente até o final dos dias, ou então que a pequena parcela permaneceria calada apenas condicionada ao marasmo das obrigações momentâneas. Enganaram-se, ao esquecer que uma laranja boa pode/deve - e nisto tenho concreta certeza, contrariando os ditos populares - mesmo que por osmose tornar as outras laranjas ao menos um pouco “melhores”.
Contando os fragmentos que estão soltos pela terra, podemos ver um claro grupo se formando sorrateiramente, nem tão subliminar a ponto de ser desconsiderado nem tão chamativo a ponto de se tornar preocupação.
Pensantes sonâmbulos.Começando a se agrupar (entenda-se alinhar) com uma força regente maior, algo poético, quase “divino” que nem atrevo-me a entrar em detalhes, visto que esse texto tem um cunho muito mais elucidativo-prático do que propriamente influenciável misticamente (oceano divisório de tantas sociedades e filosofias). Entretanto quando todos estiverem aptos para tal “iluminação”, este tema obviamente tornar-se-á impossível sem a devida introdução aos antigos ensinamentos.
Retornando ao assunto principal, dizia que todos estão sinceramente coniventes com a situação que encaminha-se para o ponto crítico inflamável na qual estamos inseridos, padecemos inebriados aguardando uma modificação social, uma tomada de decisão dinâmica, uma revolución no estilo pseudo-socialista, algo que nos tire da zona de conforto indestrutível. Vejo que apesar de tudo, uma nova quebra generalizada mundial tende para o fortalecimento humanitário, - utópica conclusão quando integrada ao realismo egóico que beira a insensatez que nos aflige - porem estamos em uma era de máquinas, já não mais de lutas corpo a corpo, de manipulação instantânea e avassaladora (mesmo imperceptível aos olhos, ela carrega a todos de maneira física e principalmente psicológica). “É hora de recolher os brinquedos”.
Embasado neste denso cenário atual, e devido ao aumento exponencial da desigualdade, gerando assim uma revolta no centro consumista do magma capitalista, que conseqüentemente chego a seguinte visualização: Caos. Mas enxergo além dessa míope perspectiva, faço as projeções para o pós-caos, quando todo os valores materiais, crenças e apegos serão inúteis, pois nada mais será útil num ambiente hostil onde só a cooperação será válida entre os homens desorientados pelas chagas (observem o cenário atual).
Por exemplo, flutuamos na falsidade denominada: “Preservação Ambiental” esse modismo hipócrita midiático, que agora (justamente) vêem nos cobrar o que deveríamos ter feito a muito tempo atrás, na verdade é só mais um reflexo do desrespeito e imediatismo humano. Para os desavisados, peço-lhes gentilmente que pesquisem com cuidado sobre os seguintes temas: ONGs, Hiper-faturamento, Cooperativa, Tributos, e Incentivos. Adianto tratar-se de simples arrecadação meus caros amigos, alias, temos o mágico poder de transformar soluções que serviriam para melhorar a qualidade de vida de todos, em mais um meio de acumulo ilícito de capital. Beng! Sempre direto ao ponto.

Lucas Cassol Gonçalves