quinta-feira, 6 de março de 2008

Técnica

Os ares,os lugares, o alimento,o humorismo."A medicina é como
o amor,nela não há "nunca" nem "sempre".Compreenda seu meio, reconheça sua função.Na maior parte das vezes não há cura...O papel é mais amplo...
Não é apenas uma ciência, é um universo que muitos ignoram.É acordar cedo, ter que improvisar, mas nem por isso reclamar.Pelo contrário, é uma jornada.Uma eterna busca pelo conhecimento dos "monstros sagrados": Gray,Prometeus,Berne,Junqueira...E em meio a tanta
teoria, muitos se esquecem dos que possuem a técnica.Fruto da experiência de longos anos.
Encaram o grotesco com a naturalidade de idosos que conversam
na praça aos domingos.Tem respeito maior do que muitos profissionais
com anos de prática.Compreendem a alma humana, pelo convívio com a
morte.Já nem sabem que cheiro o formol possuí.Tem como rotina a arte da
dissecção, e prezam pela perfeição anatômica.Ensinam o que sabem, com
clareza em muito superior aos professores.
Se questionam, observam, se alimentam do convívio humano.Estão dessa forma se aprimorando à toda hora.Sabem que o cadáver, as peças
seccionadas, os fetos com deformidades podem ser "feios", mas possuem uma função nobre: servir de instrumento ao estudante( nos quais depositam certa esperança).
Pouco importam convenções do que seja "anomalia","monstruosidade",pode pular essa teoria!
É na prática que se aprende a profissão.
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Lucas O. Mourão