quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Apresentação – Parte 2

Como o Marco já disse, eu sou "a pessoa das quintas-feiras", inaugarando minha participação com o texto abaixo. Mas antes que você possa lê-lo, o Hipóbole traz algumas novidades e é meu dever anunciá-las:
Primeiro, gostaríamos de apresentar os novos colunistas do Hipóbole, que serão, a princípio, os colunistas semanais: Ingrid Torres, Vitor Okendo, Luísa Tolhuizen e Lucas Mourão.
Todos postarão na próxima semana, então não me estenderei muito para não estragar a surpresa.
Entretanto, se você for uma pessoa atenta, notará que há apenas 6 colunistas para 7 dias na semana. E não, não pretendemos chamar mais ninguém para textos semanais. Então, faremos um convite aos nossos... 3 leitores para escreverem textos para o blog. O melhor será postado na quarta-feira de cada semana.

Antes de ler meu texto, por favor, tenha em mente que é tudo uma brincadeira. Eu não sou uma pessoa para ser levada muito a sério. Boa leitura!

Libertinajens, verbos intransitivos e outras coisas modernas (demais para mim)

Não se iluda! Esse texto não fala sobre semanas no ano de 22 ou porquinhos-da-índia como primeira namorada – salvo casos extremos. Ele tem mais a ver com o número 37, Maria Quitéria e minha descoberta, em plena adolescência, da minha própria caretice.
Mas Taine me obriga a, antes de entrar na parte que interessa – leia-se orjias – fazer o reconhecimento do nosso cenário: Maria Quitéria, pós Visconde de Pirajá. O quarteirão do bar propriamente dito é um conflito ideológico constante, quase uma guerra fria permanente. Mas ninguém realmente se importa com isso (de fato, nem eu): as pessoas simplesmente escolhem seu favorito e tomam seus chopps, ignorando o comportamento alheio – exatamente como deveria ser.
Caminhando a favor do vento, sem lenço sem documento, atravessa-se a Vieira Souto e chega-se no quiosque, habitat natural dos sujeitos dessa crônica: um lugar simplório, com cadeiras de plástico vermelhas que ninguém realmente usa e cerveja Itaipava. Nada mais a declarar.

“João amava Teresa, que amava Raimundo... “. Mal sabia Drummond como seu poema estava equivocado. Proponho duas versões alternativas:
João amava Teresa, Maria, Lili...
João amava.
E olha aí! Esbarramos em outro Andrade – o Mário (alguém quer fazer uma piada aqui?).
Mas o nativo emporiano é assim, livre, ou melhor, libertino. Para não perder o caráter de estudo, fui procurar no Houaiss a definição formal dessa autodenominação do emporiano. Não me surpreendi com o resultado:
li.ber.ti.no (adj.) 1. aquele que leva a vida dissoluta, que se entrega imoderadamente aos prazeres do sexo.
Diante disso, nem me dei o trabalho de olhar outras definições.

Com o superego diluído em etanol, a visão turva e a sexalegria atinge o pico. As restrições foram pro buraco. O byronismo predomina – sem a parte do suicídio, é claro. O mundo gira e as pessoas vão rodando. E a noite é uma criança...

Quer um exemplo pratico e denotativo? Imagine-se afim de uma menina. Não há nenhuma necessidade de ser amigo do rei para conquistá-la, mas não espere exclusividade. Aliás, esqueça monogamia. E definição de sexualidade. Libertino que se preza é puro-sangue*, bravo, forte e filho da Morte. Se os problemas de combinatória fossem no Empório, além de ficarem mais “irados”, dariam números bem maiores.

O relógio devasso já não serve mais: os ponteiros multiplicaram-se numa alucinação cambaleante. As memórias vêm à tona como monstros e o senso de realidade bate: “mundo, mundo, vasto mundo, se eu me chamasse Raimundo seria uma rima, não seria uma solução”. Mas a vida continua, aos trancos, barrancos e noitadas: felizmente existe o álcool.
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*puro-sangue: completamente livre de rótulos sexuais

Genial! Ou não...

Bom, esse será um apêndice permamente dos meus textos, onde colocarei a frase (ou diálogo) mais brilhante da semana. Créditos para a Luísa pelo título.

Aula de Geografia sobre a reforma Rio Cidade na década de 90:
Professor: "Uma das medidas tomadas foi o alargamento da R. São Clemente"
Aluno: "Mas pra quê?"

Obviamente, não irei identificar a pessoa que falou a pérola, então não se sintam envergonhados por falar burradas na minha frente.