quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Moscou, 15 de dezembro de 1958

Desculpem-me, caros senhores leitores, mas por motivos de crise, não postarei nada além desse mísero texto que produzi no fim de semana. Nada mesmo.

Engraçado como as expectativas mudam um olhar. Fiz, hoje, domingo 11, assim como metade do Rio de Janeiro, mais uma prova de vestibular, longa e enfadonha. Acordei com sono pendente, parcialmente irritada com o mundo, fiz aquele famoso check-up, tomei um copo de leite e fui.
Para ser sincera, nunca objetivei a UFRJ, o pensamento sequer cruzara minha cabeça – nem em delírios profundos. Qual não foi minha surpresa em constatar a mudança radical do meu ponto de vista ao cruzar os gloriosos portões do campus da Praia Vermelha.
Prédios altos e majestosos marcavam a melhor da arquitetura neo-colonial, romanceados pelo jardim cuidadosamente mal cuidado, com aquela personalidade rebelde. O cenário remetia-me aos tempos da Rua de Matacavalos, o sobrado de Carolina – cave canem.
O mundo de sépia e da nostalgia, porém, passou ao Realismo mais que rapidamente quando entrei num dos prédios – a faculdade de educação, por mais irônico que isso soe. Por mais que o véu da antigüidade estivesse me seduzindo, não pude deixar de notar os maus tratos desmerecidos do local e sua adaptação grosseira ao século XX – lâmpadas fluorescentes esdrúxulas e meio quadro branco mal apagado, alem das decadentes carteiras de madeira podre.
A fascinação se fora; amaldiçoei o poder público pela heresia.