terça-feira, 13 de novembro de 2007

Metafísico

Ainda hei de entender
Esse negócio de Karma
Fundação milenar
Que Kant facilmente desarma
Como algo tão subjetivo
Como os conceitos do bem e do mal
Pode trazer resultado tão objetivo
Doença, falência, acidente fatal
Para quem não conhece
Irei explicar, acompanhe:
Se você faz algo bom
Algo que a sociedade considere de bom tom
Receberá os frutos, aos montes
Se fizer algo ruim
Roubar, matar, julgar, enfim
Pagará na carne, tudo o que fizera antes
Provavelmente essa idéia foi criada
Por um jovem hindu, de cabeça meditada
Achou tão genial, a iluminação que havia tido
Que na idéia não viu o real sentido
O que o jovem hindu não sabia, e agora vou explicar
É como Immanuel Kant, jogou seu conceito pro ar
Que pobre do garoto que não enxergou o fato
De que toda moeda, tem seu outro lado
O homem divide igualmente, seu último alimento com a família
Condenar tal ação, seria tamanha heresia
Talvez um e somente um homem possa condená-la
O padeiro, que reclamando do pão roubado
Pela situação comovente não se abala
Você pode tentar defender, o pai ladrão de pão
’’Ele roubou por necessidade o que vale é a intenção’’
Bela frase, mas rebato sem receio:
’’De boa intenção o inferno tá cheio’’
Idéia cruel, mas veja por outro lado
Afinal as más ações também tem seu valor
Um homem avança o sinal, e mata o outro achatado
A ação parece errada, se não fosse por um fator
O atropelado poderia ser um agiota
Que da família daquele ladrão
Havia extorquido, roubado, fizera a todos de idiota
Algo que respeito, creio com total razão
É a idéia de Kant, e sua ética universal
Desbancou com categoria, Aristóteles e Platão
Julgando a vida muito além do bem e do mal.