terça-feira, 30 de outubro de 2007

Hipóbole se vendeu para o Grande Capital.

Na verdade, nem era tão grande assim, tava mais pra um médio capital... Bom, pra mim já é o suficiente, nunca me apeguei muito a valores ideológicos mesmo.
E isso tudo atendendo à pedidos, pois em apenas duas semanas de existência o Hipóbole recebeu mais de 400 e-mails pedindo produtos baratos para satisfazer o vazio na vida de alguns leitores. E qual a melhor maneira de preencher aquele vazio existencial do que gastando em coisas estúpidas?!
Pensando nisso nós, flagelos do sistema capitalista, vendemos muitas idéias dos diversos artigos do blog para uma empresa impiedosa fazer camisas! Isso mesmo, camisas! Vale a pena lembrar que 20% do lucro obtido na venda das camisas vai para uma instituição que ajuda as crianças que as confeccionaram.

Sem mais delongas no link logo abaixo estão as camisas originais do Hipóbole!(que não foram feitas em 5 minutos no paint, como espalham alguns boatos)

Camisas Yeah!

E é claro, com opção da cor preta para os pseudo-grunges e afins.

Longa vida ao Hipóbole $$!

Sobre Fluxo de Consciência(e algumas passagens sobre a oitava série).

Fiquei devendo um texto infame e infantil, e aqui o apresento com prazer, e dedicatórias a uma certa hóspede belo-horizontina, que me inspirou em parte a faze-lo com a seguinte frase: ''Havendo opção entre o comentário infantil e idiota e o sério e profundo, SEMPRE a primeira opção.''
Fluxo de Consciência. Sabe o que é? É uma espécie de técnica que analistas usam pra dizer que você é maluco. Também é uma técnica bastante interessante de escrita, registrada na obra de Clarice Lispector. Como funciona? Pense em um assunto. Vou te ajudar. Química. Agora é só falar tudo que vem a cabeça sobre tal assunto. Não precisa praticar isso, não agora, até onde eu sei não é saudável ficar falando sozinho.
Prova, 55, metano, etano, etil, carbono, bastão, aroma.
Isso foi o que veio a minha cabeça. É claro que Química é um assunto ligeiramente banal, e não virão muitos pensamentos mais complexos que esses citados, mas agora eu proponho outro assunto.
Oitava Série.
Babaquice. Época negra. Ridículo. Camisas pretas.14 anos.
Seus pensamentos provavelmente foram próximos a isso. Se não, pense mais a fundo.A oitava série é uma época ruim para todos. Todo mundo é babaca na oitava série. Tomando meu exemplo, por que eu sou assim, auto-centrado mesmo: Na oitava série eu era um daqueles metaleiros malvadões, camisa preta, ouvindo bandas pesadas, ouvia Metallica e achava que era a coisa mais brutal. Dava tudo pra ter algum pingente de pentagrama, falava que eu era filho de satã e queria queimar igrejas. Hoje em dia eu sou cristão.
Tá meu caso é extremo, mas citemos algum outro, também sou assim, gosto de difamar, e esse eu faço questão de cantar o santo. Marco Sá. O cara de dois posts abaixo se lembra? Conto do diplomata? Poema sujo? Pois é. Eu tive o inenarrável prazer de conhecê-lo durante o período oitaviano. Ele não era esse intelectual pernóico que alegra nossos domingos. Longe disso. Era um anarco-punk sindicalista, seja lá o que fosse isso. Só ouvia as bandas mais undergrounds que desafiavam o sistema, com aquele característico ‘’A’’ da anarquia, e é claro, seguindo o padrão das camisas pretas. Pois é, o nome disso é oitava série.
Passei por uma pesquisa intensiva essa semana para saber sobre o tal período, e se minha tese estava certa, segue aqui alguns trechos de entrevistas que eu fiz e, até onde a memória vai, retratadas exatamente da maneira com que foram ditas.
‘’Putz! Oitava série! Eu era um babaca! Era meio pseudo-grunge saca? Camisa de flanela, muito nirvana...’’
’’Fiquei tão traumatizado que hoje em dia nem passo mais na frente de uma sala de oitava.’’
’’Eu ficava pesquisando sobre bandas underground, quanto mais tosco melhor, só vinha lixo, eu achava o máximo hahaha.’’
Alguém pode questionar: ‘’Mas Vitor! As pessoas são assim por que 14 anos é uma idade propensa a esses distúrbios de comportamento e a essa imaturidade!’’. Não. Não. Não! Tá errado! É assim por que é a oitava série! Tem toda uma mística relacionada à série. Alguém pode reprovar 4 vezes a oitava série, cursa-la com 18 anos, que vai continuar a mesma pessoa de 4 anos atrás. Mais exemplos para a tese:
A garota dessa foto: provavelmnete ela tirou essa foto na oitava série. O que será dela hoje? Provavelmente cursando história, ou direito, quer seguir a carreira acadêmica, não sei.
Esse grupo de jovens provavelmente juntaram essa banda para tocarem no sarau de formatura da oitava série. Imagino que hoje em dia o da direita seja graduado em ciências atuariais, o do meio um pai honesto de família, com dois filhos saudáveis, o cabeludo sombrio da esquerda é veterinário, aposto.
Já estou me estendendo nesse assunto ridículo a muito tempo, só tenho o intuito de provar minha tese. Oitava série é o período mais negro de todos. Mas antes de fechar, queria lembrar algo curioso. Ano passado, foi aprovada uma lei que cria uma nova série, a nona, e para não atrasar a vida dos alunos, todos pularam uma série para se adaptar ao novo sistema. Isso mesmo, o que estavam na sétima, que deveriam ir para a oitava, pularam direto para a nona. Pularam. A Época negra. O momento ruim. Sortudos.