domingo, 14 de outubro de 2007

Apresentação

Está lançado o hipóbole conjugada!
Tudo bem, se você está aqui, isso não é exatamente uma novidade, certo? Mas, agora, cabe a mim explicar o que é e por que é esse blog. A Luiza criou, eu explico. Bastante justo...
Fruto de uma conversa dominical como qualquer outra, criada com um ímpeto ímpar, essa página funcionará como meio para seus colaboradores publicarem o que já escrevem, mas não têm onde colocar. Para mim, servirá como substituto da revista em que escrevia, mas que acabou devido à proximidade do fim do ano. Pretendo uma vez por semana apresentar idéias sobre os fatos recentes, criticar quem merecer e divulgar qualquer tipo de material literário que eu tenha produzido, além, é claro, de fazer algumas observações inúteis e comentários babacas.
A equipe do Hipóbole Conjugada por enquanto sou eu e a Luiza, que deverá fazer sua apresentação quinta-feira, podendo ser ampliada logo. Cada um de nós tentará publicar com certa periodicidade, domingos para mim, quintas-feiras para ela.
Como a idéia surgiu hoje, não tinha quase nenhum material pronto. No próximo domingo começo a fazer a minha parte do blog.
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Por hoje deixo apenas o conto que participa do concurso literário para a edição de novembro da revista Piauí, cuja proposta é a produção de um texto com a frase "Os arpejos de mamãe me levaram ao suicídio”. Uma proposta absurda? Talvez, mas aqui está o resultado...
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Jovem promessa
No meio artístico, Carlos já era famoso desde o período embrionário. Fruto de um descuido da maior violinista brasileira durante a passagem de um celebrado romancista russo pelo país, havia sido abençoado pelos deuses da genética. Essa dádiva, no entanto, trazia uma grande responsabilidade. O som que vinha sem pausa da sala onde a mãe ensaiava era como uma mensagem a lembrá-lo das expectativas que o rondavam. Deveria deixar ao menos uma obra, em qualquer das sete artes, para a eternidade.
Mal aprendera a falar, já tomava aulas de piano com professor particular. Como conhecia o meio, a mãe pôde escolher o melhor para lecionar música a seu filho, mesmo que isso tenha custado à jovem promessa um irmãozinho. A precocidade deu resultados. Sua reprodução de clássicos eruditos não agradava aos colegas, mas impressionava as professoras, o que lhe rendeu o prêmio no concurso de talentos durante todo o ensino fundamental.
Na adolescência tomou gosto pela literatura. Sua habilidade na arte de escrever provocou no jovem uma dicotomia. Era sempre elogiado pelos docentes por vencer concursos literários em nome do colégio enquanto seu alter-ego, diretor da revista de oposição à coordenação, era admirado pelos discentes.
Carlos também era exímio pintor, mas utilizava-se do dom para, aliando-o à criatividade, desenhar charges e tirinhas bem humoradas. Sua mãe, sempre ausente por causa dos intermináveis ensaios, demorou a perceber os rumos que tomava o rapaz. Defensora do principio da arte pela arte, deixou clara a reprovação à arte crítica daquele que, dizia, envergonhava a tradição artística da família.
Esse golpe foi duro para Carlos, já inscrito a essa altura para a faculdade de cinema. Não teve a oportunidade de aventurar-se nas quatro artes que ainda pretendia experimentar. Acabou assim a carreira da maior promessa artística da atual geração. Sua única obra que ficou famosa foi um bilhete de oito palavras: “Os arpejos de mamãe me levaram ao suicídio”.

13 comentários:

Anônimo disse...

Muito boa a idéia do blog, vamos ver o que vai sair daqui.

Sobre o texto, muito bom, principalmente partindo de uma idéia bem difícil. Os malditos arpejos da mãe do rapaz hahaha

Anônimo disse...

Eu não li.
mas vocês são legais
idéia mais legal e genial ainda
:D

Luiza N. Silva (Quinta) disse...

Bom, como o post não é meu, acho que ninguém vai se importar se eu comentar, né? Enfim, vocês não têm tanta escolha assim.
Marco, muito bom o texto, parabéns, principalmente partindo dessa frase que não é nada trivial, como o Ítalo já falou. A apresentação, então, ficou muito boa. Boa sorte preparando o material do próximo domingo

Anônimo disse...

Olha eu aki postando tb...não pude deixar a curiosidae de lado e acabei tendo que ver o texto do meu amigo "traça"...enfim...amei...mas acho q vc está nos devendo uma continuação desse pequeno conto...
Um abraço a todos! E Parabéns pela idéia pessoas!
Ingrid Torres

Anônimo disse...

Parte por parte:

Atribuo o pensamento somente a esquerda, pois a direita(acredito que seja este talvez um dos maiores defeitos da mesma) não se coloca contra a mídia nem contra nada,vive sua vida e somente a faz,não por egoísmo,mais por natureza(e tem tal direito),se admite verdadeira adoradora da mídia,enquanto que pensadores da esquerda em salas de aula e instrumentos de manipulação em geral,como ongs e conversas de bar de universidade(nesta eles são mestres) insinuam muito o papel da” mídia podre burguesa” na alienação do povo,quando o que eles fazem ao afirmar isto a pessoas em formação é alienar,minha critica n é para a esquerda,mas há de convir que a critica a mídia é ponto chave de sua ideologia,assim como a modista ideologia anárquica.

Quanto a influencia da mídia na sociedade, deixei bem claro que o desenrolar do texto só poderia ser considerado sobre a ótica proposta, sendo a mesma essencial para o entendimento, pois o individuo não poderia sofrer influencia da mídia se ambos (mídia e individuo) representassem o mesmo ver, e tentado deixar implícito que a mídia viria a captar o que pensa o individuo (em busca de favorecer o consumidor) por ser formada também de indivíduos (cientes do que se passa lá fora) e por buscar saber, claro em busca de uma maior audiência e lucros.

Quanto a frase que você ressaltou, mais uma vez só pode ser vista com a visão de individuo e mídia como mesmo ser.

Já nesta colocação:

“Considere o exemplo: se alguém te conta uma história e você não quer pensar sobre ela, você simplesmente engolirá o ponto de vista de quem está contando, concorda?”

Quanto a esta frase, o “engolirá” deixa apenas implícito o silencio, e o não refutar de qualquer argumento,mas não a concordância. O individuo que não quis pensar, sairá dali com a mesma visão,e tentará ao máximo reverter nos demais ouvintes da história(lógico quando seu contador houver ido embora,de meio que não gere a tão temida discussão).mas este exemplo não se aplica a mídia,pois ela é o ser,e sofre influencia do ser,seja pelo boicote feito pela opinião publica,ou simplesmente desligar da tv.

Quero que saiba que minha critica vai única e diretamente à mídia que fala da mídia que é de igual porte e influencia e nada mais.

Adorei o seu comentário, muito bem colocado, espero ter esclarecido meus pontos de vista com eficácia. mil beijos.

Lucas Cassol Gonçalves disse...

Opa!
Vejo um curta...

O.O

*Muito bom*

Abraços!
Lucas

Me chamo Sapo (Lucas Mourão), disse...

interessante!
Bom trabalho Marco.

Anônimo disse...

Adorei o conto; curto, porém profundo... Com uma finalização adimirável.

Anônimo disse...

Não gostaria de virar "sócio" [haha] da Psicodelia Alcoólica?
Adicionaria o seu blog aos preferidos do meu, e você faria o mesmo. O que acha? Acho que seria uma boa idéia para talvez aumentar o número de leitores.

Caso queira, responda quando puder lá no blog.
Abraços!

Anônimo disse...

Opa!
Muito obrigado!
Estarei colocando o nome do seu lá agora mesmo!

abraços.

Pedro_Salgado disse...

Muito bom o texto, meu jovem!

Fiquei com pena do pobre Carlos.

Mas é, longa vida à Hipóbole Conjugada!!!

E, quando forem ao banheiro, não se esqueçam de dar uma lida na parede!!! Hehehe...

http://parededebanheiro.blogspot.com/

Anônimo disse...

Muito bom o texto, depois dá uma passada no meu blog e comenta.

P.S.-O que seria uma hipóbole?

Anônimo disse...

Olha a parceria atraindo público (via Psicodelia Alcoólica)!
Esperarei pelos textos. Boa sorte!
Marcia