terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Apenas Status Quo

Sempre me disseram que a sensação pós-bebida alcoólica era incomparável. Comentários aqui, comentários de lá e o byronismo alcoólico (se é que isso não é uma redundância), mantinha-se sempre no seu processo de formação imaginária e obscura em minha mente. Já mareada do sempre “mais do mesmo”, lá fui eu atestar o que para todo mundo já era fato. Antes era apenas um pouco de cerveja e alguns goles de vinho. Poucas vezes no Natal umas tacinhas de sidra. Nada demais. E eu continuava a procurar o “fantástico” e o “fabuloso” que até então ainda não me fora revelado. Indo mais a frente, com um pouco de champanha e uma boa dose de vodca, lá estava eu mais que nunca, frustrada. E o tal efeito maravilhoso? Seria este apenas um pouco de vertigem e uma incapacidade de falar alto e claro? Sem contar no gosto da própria bebida, que na minha opinião o que a estraga é o álcool. Irônico demais, quando o que dá “os efeitos” é o próprio. Mas se é que posso comparar, “beber” seria o mesmo que parar em um posto de gasolina e entornar uma garrafa de gasolina goela abaixo. Acredito piamente que o cheiro, a sensação de ardência e o gosto seriam os mesmos.
E ainda ouço quem acha que entende do assunto me dizendo que a culpa foi a bebida escolhida. Pode até ser. Mas considerando que todas continuarão com o mesmo gosto acre e a ardência laríngea, não. E muito obrigada. Chega de frustrações em torno de sensações, pra isso deixo minha vida amorosa.
Coisas como essas nos fazem pensar o “Por que bebemos”. Seria para “entrar para o clube” e poder dizer “Eu bebi” ou apenas para comemorar com os amigos e pode cantar a música do skank “Desce mais!”. Se fizermos um pouco de esforço o segundo motivo é praticamente o primeiro, só que um pouco de pó-de-arroz, sombra e blush. Por que comemorar com os amigos tem envolver bebida alcoólica necessariamente? Pergunto isso porque se um pedisse vodca ou tequila e o outro embarcasse no suco de laranja ou no mate, certamente o reprimiriam. Eu continuo com idéia de que uma sprite desbanca qualquer um. Pena é que para achá-la só mesmo fazendo um esforço hercúleo. Enquanto os meus amigos estão no terceiro copo da redonda no shopping, por exemplo, eu ainda procuro uma mísera latinha verde (que não é soda).

11 comentários:

Me chamo Sapo (Lucas Mourão), disse...

muito bom!
concordo com tudo..o.0
realemente, odeio bebida! =]

Me chamo Sapo (Lucas Mourão), disse...

ahh, obrigado pelo comentário!
mas, sinto te decepcionar...zahr é só um nome bizarro que me veio na cabeça..=/

Anônimo disse...

Uhuuu!!!! Algum adolescente que não se importa em não seguir o padrão alcoólico vigente!
Personalidade firme é sempre admirável.
Marcia

Marco Sá disse...

Muito bem dito, Marcia.
Muito bem escrito, Ingrid.
Peço desculpa por não postar no blog por tanto tempo, mas vou tentar voltar.

Marco Sá disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Luiza N. Silva (Quinta) disse...

Parabéns pelo muito bem escrito texto, Ingrid, mas definitivamente não concordo com o ponto de vista. Acho que bebe quem gosta, certamente discordo da embriagez só pelos efeitos, mas não acredito que isso seja motivo para tamanho estardalhaço.
Sobre seguir ou não o padrão alcoólico vigente, em resposta ao Lucas e à Márcia, acho que é opção de cada um e não acho que alguém tem mérito por não beber ou ser diferente. Se a decisão da Ingrid é não beber, ótimo, mas não acho que ela merece uma medalha por isso, como colocado.

Anônimo disse...

Esclarecendo: concordo que seja opção de cada um e nem estou levantando bandeira contra a bebida (eu bem gosto de umas e outras). Só que há uma pressão grande, uma certa discriminação a quem não bebe, principalmente entre jovens. O mérito é por ter uma posição firme, independente de qual seja, quando pode ser mais fácil ceder.
É por essas e tantas outras que gosto do blog de vocês : )
Marcia

Anônimo disse...

Esclarecendo: concordo que seja opção de cada um e nem estou levantando bandeira contra a bebida (eu bem gosto de umas e outras). Só que há uma pressão grande, uma certa discriminação a quem não bebe, principalmente entre jovens. O mérito é por ter uma posição firme, independente de qual seja, quando pode ser mais fácil ceder.
É por essas e tantas outras que gosto do blog de vocês : )
Marcia

Anônimo disse...

Perdão!!!!! Foi duas vezes
Marcia

Anônimo disse...

mas se todos os fodões bebem, você tem que beber também!

Anônimo disse...

Beber é bom, quando se sente bem para fazê-lo. Não direi que não gosto, até porque sou membro do PSICODELIA ALCOÓLICA! Mas, sim, a bebida pode trazer males terríveis. Não gosto da queimação na garganta, não mesmo. Por isso mesmo depois de um certo probleminha causado por bebida eu deixei de estrapolar. Percebi que era uma verdadeira idiotice centrar sofrimento e angústia em bebida. Gosto de cerveja, amo bares, botequins, etc.
Qual quer lugar onde eu possa conversar com meus amigos e aproveitar de forma coesa a minha amada Psicodelia Alcoólica.

Agora vamos ao profissionalismo! haha! Muito bem escrito, mas não concordo muito.