terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Contando em Miúdos

Descobri uma maneira de aumentar minha produção de textos, mesmo naqueles momentos em que não estou com a menor vontade de escrever ou me falta tempo. Quem sabe possa até passar a Luíza no número de postagens, ou ao menos tirar um pouco da vantagem.
É provável que você não esteja nada curioso sobre isso, mas como já comecei, vou continuar assim mesmo.
A resposta que encontrei foi... Contos Minimalistas.
Para que escrever em quatro páginas o que pode ser escrito em quatro linhas?
E para isso estreio hoje a série Contando em Miúdos, que já nasce com três fragmentos literários. A tendência, caso eu continue escrevendo nesse mesmo ritmo em que venho há mais que um mês, é que essa série de micro-textos aumente para compensá-lo.
Aliás, estou postando hoje apenas para dar uma atualizada no blog e porque talvez fique quatro semana sem fazê-lo, como já comentei domingo passado.

Abraços a todos e vida longa ao blog!

3 comentários:

Anônimo disse...

"Isso está parecendo marmelada...danadinho."

Luiza N. Silva (Quinta) disse...

Ai, ai, ai Marco...
Não conseguirás me passar, até porque sexta postarei novamente dois poemas e minha coluna. Terás que escrever muito!
Mas não sei, definitivamente não o meu estilo de prosa, mas divertidinho. Bem a tua cara, na minha opinião.
Mas fazes melhor, na minha opinião. Escreva uma crônica próxima vez...

Anônimo disse...

Por falar em miniconto, vale ler:
"Augusto Monterroso é o autor do menor conto do mundo, o famoso conto de apenas 7 (sete) palavras “El dinosaurio”.
E "O dinossauro" é um excelente exemplo:
Em espanhol: “Cuando despertó, el dinosaurio todavía estaba allí”.
Em português "Quando (ele) acordou, o dinossauro ainda estava lá (as mesmas 7 palavras).Em inglês ainda menos: "Upon waking, the dinosaur was still there." Só 6 (seis) palavras. Mas....ah! quanta coisa nessas seis, sete ou oito palavras..!

Deixo vocês com as palavras de Sérgio Augusto, o que sabe tudo de tudo e é confiabilíssimo. Vejam o que disse Sérgio Augusto, quando fez o obituário de Monterroso, a respeito de "O Dinossauro" e o tal gênero "de-generado":-)



"Esse fenômeno de brevidade e concisão correu o mundo em múltiplas traduções, despertando abracadabrantes teorias sobre as suas mais recônditas intenções alegóricas ou metafóricas. Adâmicas, inclusive. Seria uma paráfrase do Gênese? Quando perguntado a respeito, Monterroso saía sempre pela tangente: "Não me agrada explicá-lo. Prefiro deixá-lo entregue à imaginação de cada um."
Na minha modesta e vulgar imaginação, por exemplo, o que se desenrola, antes e depois de o sujeito despertar e constatar que o dinossauro que o fizera desmaiar de cansaço não desistira de persegui-lo, é uma encarniçada aventura do tipo "O Despertar do Mundo" e "Zaroff, O Caçador de Vidas".
Só fui tomar conhecimento de O Dinossauro na década de 80, num suplemento do jornal espanhol El País, e, como todo mundo, me interessei pelos outros - como chamá-los?, minicontos?, antifábulas? microrrelatos?, contículos?, ficções instantâneas? proesias? haicais em prosa? prosakais? - produzidos pelo autor.
Fui bater em primores como este:
"Hoje me sinto bem, um Balzac; estou terminando esta frase." Título: Fecundidade.
Além de cultuar a concisão (adorava citar esta tirada de Baltasar Gracián: "Lo bueno, si breve, dos veces bueno"), Monterroso era, acima de tudo, um tremendo ironista.
Sua prosa fragmentada e flexível - escreveu contos, novelas, fábulas, pequenas reflexões, epigramas, ensaios, biografias e diários - tangencia a sátira e a paródia. "Se Jonathan Swift e James Thurber tivessem trocado notas, o resultado seria um texto de Monterroso", palpitou Carlos Fuentes, acertando na mosca."
"
http://www.meguimaraes.com/subrosa/arquivo/cat_haroldo_maranhao_especial_ed_de_aniversario.html