sábado, 20 de outubro de 2007

Morte Silenciosa

Morte silenciosa


O Sol iluminando florestas sem fim
Criando um espectro esverdeado
Levado a todos os lugares pelo vento
(Sereno e constante)
Toda a natureza em harmonia
Sorrisos espontâneos e pensamentos alegres

e dentro de cada um de nós,
a vontade de acreditar que isso é possível
Mas não é...
Tentando entender o motivo dessa autodestruição
Acena cambaleante, com pretensão de naturalidade,
Uma humanidade de dentes podres, decrépita
Lutando pra continuar fingindo
Que ainda há tempo...que tudo vai mudar
Mas não vai...
Todos mantendo uma imagem de felicidade absurda
Sabendo(ou ignorando) que enquanto comem um “shitake”
Famílias inteiras comem lixo, fazem sopas de papelão
Parecendo-lhes natural que haja esse brutal abismo
A perda total da dignidade humana
Filmes sensacionalistas fazendo a população acreditar
Que os truculentos que executam sumariamente são heróis
Burocratas assassinando esperanças de quem não tem nada mais
Artistas alienados semeando alienação e comodismo
A uma juventude que não sabe aonde quer chegar
Não há mais ideal, só interesse

Ontem me disseram que “amanha você ainda vai sonhar”
Hoje é o amanha,
E os sonhos morreram
Se esvaeceram, mudos e aprisionados
Como um soluço contido
Por uma civilização que se julga dona da verdade

Lucas O. Mourão

6 comentários:

Anônimo disse...

A civilização somos nós e sempre haverá esperança de atitude enquanto pessoas como você e outras tantas sentirem tal indignação e a expresarem.
Tem muita gente que faz acontecer mas não é notícia. Tudo bem...o importante é fazer.
Acredito que, nem que seja por uma questão de auto-preservação, o rumo vai mudar (tá, sou otimista).
Não desanima não, por favor!!!!!!!
Precisamos de esperança, sonhos e atitude! De todos nós! De cada um de nós!
Marcia

Marco Sá disse...

Fala Lucas...
Nunca tinha lido nenhuma poesia sua, mas me surpreendeu. Bastante boa!
Concordo com a Márcia. Não é hora de desistir, mesmo por que pelo que entendi seu poema não prega a desistência, mas alerta para ela.
Espero que você continue escrevendo aos sábados.
Abraços.

Luiza N. Silva (Quinta) disse...

Nossa, Lucas, tá muito bom.
Preciso dizer que gostei mais da primeira e da última estrofe, por que achei que passaram a idéia de uma forma mais subjetiva, mas com a mesma eficáfia. Mas, mesmo assim, muito legal.
Parabéns ^^
Pra mim, a última estrofe ficou genial (realmente gostei).

Vida longa ao Hipóbole!

Me chamo Sapo (Lucas Mourão), disse...

Que bom que gostaram =)
Eu ainda não perdi a esperança, mas como o Marco disse,achei importante alertar para essa perda, que ao meu ver é cada vez mais generalizada...

Vitor Okendo (Terça) disse...

Primeiramente seu texto tá foda.
Como o Marco e Márcia disseram, não é hora de desistir, essa omissão conveninete, essa desitência, podem ser erradicados com uma atitude própria.
Não que isso seja fácil, não vou ser hipócrita... shitake é bom pra caralho, sabe?

Novamente, texto foda.

Pedro_Salgado disse...

Essa angústia é normal hoje em dia. É aquela coisa da construção da individualidade que se fala na micro-sociologia.

Enfim, achei o texto muito pós-moderno. Eu diria até, enquanto crítica, pós-moderno demais.