domingo, 21 de outubro de 2007

Respostas ao operário que lê

A Bertold Brecht

Eu sei quem construiu Tebas, a Muralha da China e os arcos de Roma.
Eu sei sobre a campanha da Gália, a conquista das Índias e a Invencível Armada.
Guardo comigo muito mais páginas, muito mais décadas.
Sou mais eficiente...
E assim tomei teu emprego.

Não sabes quem são os que fizeram história e não estão na História?
Como tens tempo de sobra,
Proponho-te nova pergunta.
E aqueles que não estão na História
Mas não tiveram em vida chance de fazer história?

Os que, como tu,
Não têm pedras para carregar,
Muralhas por construir.
O desemprego é problema de hoje?
O desemprego é problema só teu?
O desemprego não tem solução?

Tantas perguntas,
Uma resposta
00111111

7 comentários:

Luiza N. Silva (Quinta) disse...

Bom poema, parabéns. Pra quem escrevia mal, tá muito bom e modernista.
Tenho um desafio pra você: soneto alexandrino ^^
Boa sorte!!

Vitor Okendo (Terça) disse...

Malditos robôs imigrantes que roubam nossos empregos!

Anônimo disse...

código binário é a resposta?
agora vou tirar notas melhores em matemática ( :

belo texto

Ingrid Torres (segunda) disse...

Ligeiramente poético e grandiosamente ácido...perfeito...e robôs?Nossos empregos? "nossos"?quem?

Pedro_Salgado disse...

Outro texto do qual não entendi nada.

Vocês são muito pós-modernos. Desconstrutivistas.

Pedro_Salgado disse...

Peço perdão pelo comentário acima, não percebi o link pro texto original, portanto não o havia lido.

Mas acho que nossas interpretações de Brecht são divergentes. As críticas que você e ele fazem são bastante diferentes. Ao menos pra mim.

Pedro_Salgado disse...

Ahn sim, ainda acho vocês muito pós-modernos.