sábado, 24 de novembro de 2007

24 de Novembro de 2007

Não sei porque demorei tanto, – talvez pelo simbolismo do número 7, talvez uma hesitação puramente medrosa – mas resolvi escrever-te. Gostarias que soubesse que estou bem; que ainda tenho teu sorriso, teus olhos, teus trejeitos, tuas palavras e piadas, e teu nariz (e mamãe ainda me inveja por isso); que estou à beira de entrar na faculdade, mas continuo tua menina dos olhos, a caçula;
Desde aquele dia 25, o mundo mudou de forma drástica, nunca achei que iria agüentar a guinada – e de fato, não sei como agüentei. Incrível como me arrancou do meu mundinho e me mostrou que meus problemas eram insignificantes, minhas pirraças e discussões, supérfluas. Da minha inexperiência, pude ver que o universo é maior que eu esperava.
Espero ter sido a filha que sonhaste, com a vida que pediste a Deus, algo que valesse o sacrifício. Espero que esteja bem, com tudo que mereces e quiseres à disposição. Espero que agora se orgulhes de mim, pelos passos que dei, pela pessoa que me tornei. Espero que esteja cuidando de mim – de nós, na verdade – com teu pensamento, com sempre fazes.
Por fim, espero ainda ver teus olhos azuis e teu sorriso quando te perguntar se ainda sabes meu nome.

3 comentários:

Marco Sá disse...

Muito bom, Luiza.
É bom saber que voce lida tão bem com a situação.
Tenho certeza de que ele se orgulharia disso...

Anônimo disse...

Lindo.

Anônimo disse...

Desculpe-me pela intromissão (é algo pessoal demais para um estranho comentar).Só posso dizer que realmente estou emocionada. Sincero e lindo. Com certeza motivo de orgulho para um pai ou uma mãe (isso dito por uma).
Marcia