domingo, 25 de novembro de 2007

Toda uma década no centro da cidade

O final do terceiro ano do ensino médio significa que está encerrado um ciclo de onze anos de nossas vidas. Levando em consideração que só temos dezessete e que uma teoria de Freud (lê-se fróide, Orei) diz que boa parte das memórias dos primeiros anos de vida logo se perde, esse ciclo está fortemente presente naquilo que chamamos lembranças. Alguns de nós nunca mais se verão, o que não significa que perderemos todas as amizades que cultivamos, mas que há uma tendência a manter contato apenas com os que eram mais próximos.
Mesmo que mantenhamos contato, teremos perdido a convivência a qual nos acostumamos. Foram várias as manhãs e tardes, de segunda a sábado que passamos no centro da cidade. E, quando digo no centro da cidade, não significa que visitamos os tão diversos sebos da região ou gastamos nosso tempo na Livraria da Travessa. Nem foi assistindo a um bom filme no Odeon ou jantando na Cinelândia que passamos os onze anos. Não foram tantas as vezes que fomos à Lapa ou assistimos a um show no Circo Voador que justificasse tanto tempo por aqui. CCBB, CCC, Casa França-Brasil, Palácio, tantos são os centros culturais e cinemas que poderíamos ter visitado; mas não, a área em que passamos nossas infância e adolescência fica ao lado da Marinha, perto da Candelária.
Esses onze anos no centro do Rio de Janeiro foram todos passados no topo do Morro de São Bento, ao lado de um mosteiro homônimo, num colégio de ensino fundamental e médio. A rotina foi, sim, maçante, mas nos acostumamos e sentiremos falta. O futebol no recreio, o almoço no bandejão, as animadas tardes de quarta-feira com dois tempos do Osni, enfim, são várias as coisas que não voltarão nunca. Mas tudo bem, logo esqueceremos de tudo isso, pois, como dizem alguns, pelo menos na Universidade tem mulher.

4 comentários:

João Bernardo disse...

Você está sendo processado pela editora Mek Kancer por usar indevidamente um texto publicado em sua mais famosa revista O Malho.
Nossos advogados entrarão em contato com você em breve

Marco Sá disse...

O autor do texto lembra que, segundo o contrato assinado entre ele e a editora Mek Kancer, os textos publicados por ele na revista (cerca de metade dela) poderiam ser utilizados em projetos paralelos.

Anônimo disse...

Parou?!?

O show tem que continuar!
Espero ansiosa pelas próximas atualizações!

Anônimo disse...

O Malho vive.


Mas mesmo assim você será processado.