sábado, 12 de abril de 2008

Doença é existência

O vazio consome a essência...

O coração
Mais puro na bancada do anatômico
Que no tórax da bela moça
O tédio na raça humana
Tem origem clara:
O aprisionamento que as palavras trazem,
Às idéias, que não encontram

Liberdade
Confusão mental
Não é irresponsabilidade,
Nem falta de olhos para a Realidade
É percepção de um vasto Universo
Incapaz de ser organizado
E pela lógica,
Plenamente compreendido por um só ser...

Frustração
Não é descoberta do "tudo foi em vão"
Mas consciência da impotência
Denúncias cruéis
Enclausuradas
Em lábios selados,
pernas imóveis,
mãos paralisadas
Existências resignadas

Um Medo
De origem desconhecida,mas vísivel:
Consume últimas-esperanças
Perdidas através de Tempos imprecisos
Recentes presentes

O Tempo
Não mais que filho infante
Da Existência Universal
Consciência humana cria o Tempo
E ele é limite
De nossas consciências
Vivências
Sofrimento
Doença

Lucas O. Mourão

4 comentários:

Anônimo disse...

mas isso é uma bichooooooona!

Anônimo disse...

Não conheço você mas, me parece, que a medicina está mexendo muito com as suas reflexões...
Bom texto, ainda que pareça mais prosa do que verso.
Não deixem o Hipóbole morrer! Que saudade dos textos dos outros e das inconclusas discussões entre parnasianos e modernos...mas, pelo jeito, o momento é outro.
Boa sorte a todos!
Marcia

Marco Sá disse...

Muito bom, Lucas.
Mas, como bem disse a Márcia acima, vc tem falado cada vez mais de medicina.
Cuidado para não achar que a vida é só isso.

Abraços, e que continuemos postando.

Ingrid Torres (segunda) disse...

Bom texto...e acho válido o envolvimento literário com a medicina...afinal quanto mais se fala sobre uma coisa, menos se sabe sobre ela(acredito), e vejo nisso uma vontade tua de entender (ainda) o que estás fazendo como profissão. Ótimo texto e bastante profundo. Recomendo-lhe (já que andas com teu palavriado "anatômico"), Augusto do Anjos, um pré-modernista.