quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Genial! Ou não... (2ª edição)

Decidi tornar essa parte da coluna um "best of" dos meus fluxos de consciência da semana, além de recomendações em geral:
Mas primeiro, a frase da semana (que não foi dita essa semana, mas não tem problema):
"Behead those who say Islam is a violent religion" – Cortem as cabeças de quem diz que o islamismo é uma religião violenta. (Cartaz de um manifesto islâmico na Grã-Bretanha)

Me senti inspirada para escrever, nessa parte, algo sobre meu livro de leitura atual (pelo menos um dos), o polêmico Deus, um Delírio, de Richard Dawkins. Por mais que tudo que o Dawkins fala faça algum sentido lógico, não consigo pensar que a ciência tem algum tipo de direito de intervir na religião (ou vice-versa, já que também não aprovo a religião contendo a ciência). Minha posição sobre isso: agnosticismo permanente, que Dawkins faz questão de insultar no subtítulo: "a pobreza do agnosticismo", usando como justificativa a assimetria das probabilidades da existência e não-existência de Deus. Não aprovo muito esse argumento e a radicalidade de Dawkins, mas pelo menos, tem uma coerência e exibe seu ponto com uma clareza inacreditável.
Algo que também jamais hei de concordar é sua vontade inexplicável de desafiar religiosos em geral. Fé não é algo questionável, é pessoal e intrasferível, além de não ser racional de forma alguma. Lembro sempre do meu tio, um matemático incrivelmente racional, falando: "é quase romântico uma pessoa achar que vai mudar a outra". Não poderia concordar mais com ele, o que me faz desaprovar a postura de Dawkins por definição.
Mas, enfim, um dia escrevo mais sobre isso, já me estendi muito, desculpem.

A minha primeira recomendação é do livro dele mesmo e só é recomendada a pessoas tolerantes a brincadeiras com religião. Por favor, não ouse entrar se esse não for o caso e também note que esse não é meu ponto de vista nem o de ninguém aqui, são apenas piadas ateístas: http://www.godlessgeeks.com/LINKS/Humor.html

A segunda é mais neutra, mais profunda e mais perto. E tem rimas. Sim, é um poema dos nossos associados do Psicodelia, "O Homem das Palavras", de Antonio Carlos Vilela.

A terceira é também neutra, bem humorada e satírica, do site The Onion, uma paródia incrivelmente bem feita de um jornal, com notícias absolutamente surreais. Pra quem quer fazer um test-drive, recomendo essa daqui: http://www.theonion.com/content/node/30767

Até semana que vem!

4 comentários:

Me chamo Sapo (Lucas Mourão), disse...

A vida toda consiste em "pessoas tentando mudar as outras", e não acho que isso seja "quase romantico": o aprendizado é uma mudança(requer o esvaziamento de algumas crenças e a humildade de manter a mente aberta a novas possiveis verdades), a conversa deveria ser também uma mudança, já que,querendo ou não, absorvemos influências dos meios aonde interagimos.Mudar alguém não é utopia,crer que é possível não ser mudado que é.

Luiza N. Silva (Quinta) disse...

Hum... não, Lucas. É impossível mudar alguém sem que esta pessoa queria ser mudada. Por isso é quase romântico.
Obviamente, essa frase é mais sobre traços de personalidade/crenças do que sobre meras opiniões.
Escorpião é sempre escorpião.

Anônimo disse...

luiza, sobre essa questao de mudar opiniao, vc leu 1984 ateh o final? no final o cara nao e mudado "na marra" ou voce acha que o final e irreal?

Anônimo disse...

Fico muito grato pela recomendação. =)